Depois de engatilhar o nome do coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo (PL) como vice na chapa da reeleição na última s...
Depois de engatilhar o nome do coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo (PL) como vice na chapa da reeleição na última semana, a campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) recebeu o endosso dos principais partidos que formam a coligação. Com isso, o anúncio depende apenas de um jantar protocolar na capital paulista, organizado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta quarta-feira (19).
Segundo o Estadão, o militar sugerido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não encontra resistência no comando de siglas como PSD, Republicanos, Progressistas, Podemos, PRD e Avante e que o próprio núcleo duro de campanha do prefeito tem defendido a indicação em conversas reservadas com os dirigentes.
A tendência é que os focos de insatisfação, em parte do Solidariedade e no próprio Progressistas, por exemplo, sejam superados. O grupo de aliados do prefeito ainda conta com os “nanicos” Mobiliza e Agir e negocia a entrada do União Brasil.
Mello Araújo é ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). A indicação encontrava resistência entre caciques partidários de legendas mais ao centro, mas ganhou força com a “dobradinha” recente entre Bolsonaro e Tarcísio, os dois principais aliados do prefeito nas urnas.
A costura passou a ser encarada pelo entorno de Nunes como inevitável na medida em que o coach Pablo Marçal (PRTB) entrou na disputa. Além disso, a alternativa mais simpática ao prefeito, o secretário municipal de Relações Internacionais, Aldo Rebelo (MDB), negou o convite para ingressar no Republicanos na janela partidária, o que praticamente anulou suas chances de ser indicado por depender de uma “chapa pura” emedebista.
O jantar desta quarta será oferecido pelo governador Tarcísio na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes. Será o quarto encontro do chamado “conselhão” de 11 partidos em apoio a Nunes, eleito vice de Bruno Covas (PSDB) em 2020, mas que governou a cidade por praticamente todo o mandato com a morte do antecessor. Ainda não se tem a confirmação de que o União Brasil participará do encontro.
O partido ainda mantém a pré-candidatura do deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), mas pode retirá-la em julho. O presidente da Câmara Municipal, vereador Milton Leite (União Brasil), sempre defendeu publicamente o acerto com o prefeito, mas reivindicava a vaga de vice de Nunes. Ele, no entanto, criticou publicamente a escolha do coronel, a quem considera “não ter voto”, e sugeriu que a definição não deveria ser feita agora.
– A análise do União básica é a seguinte: o Ricardo é muito ligado à Igreja Católica. Nós precisamos de um evangélico, bem caracterizado. O coronel não preenche esse requisito – afirmou Leite ao Estadão.
Com o acerto esperado do coronel Mello Araújo como vice de Nunes, o vereador diz que se discutirá a entrada do União Brasil na coligação “em outro momento” diretamente com o prefeito.
Na última segunda (17), Nunes reafirmou que a escolha pode não ser unânime dentro da coligação e que, nesse caso, fará valer a vontade da maioria.
– A ideia é que a gente possa, nessa reunião à noite, cada um poder colocar os seus nomes, a gente poder entrar no consenso. Talvez, a gente não consiga ter um consenso de 100%, mas a gente vai fazer um exercício para que tenha a maioria definindo o consenso – disse.