Uma aluna do Centro Educacional 15 de Ceilândia (CED 15) fez um desabafo durante a formatura da escola, nessa segunda-feira (20/12), e o ...
Uma aluna do Centro Educacional 15 de Ceilândia (CED 15) fez um desabafo durante a formatura da escola, nessa segunda-feira (20/12), e o vídeo viralizou nas redes sociais. A jovem acusou o diretor da instituição de “passar pano” para um orientador educacional que teria assediado alunas durante o ano letivo.
O discurso da aluna foi gravado pelos colegas de classe. Nas imagens, é possível ver a aluna recusando-se a tirar foto com o docente e pegando o microfone para fazer o desabafo. Após dizer que discordava dos elogios feitos ao diretor Anderson Souza, a menina teve o microfone desligado.
“Beleza. Desligaram meu microfone, mas vou falar mesmo assim. Falaram um monte de coisa do Anderson, falaram que ele era um bom diretor, mas ele passa pano para assediador dentro da escola”, grita, sob aplausos dos colegas.
A denúncia foi postada pela própria aluna nas redes sociais. “Era para ser só uma formatura, mas começaram a ‘babar ovo’ do diretor e eu não aguentei. Primeiro, me recusei a tirar foto com ele. E resolvi falar, para todo mundo saber o que esse ‘ótimo diretor faz’”, ela escreveu na legenda do vídeo.
Veja vídeo:
A revolta veio após uma aluna do 3º ano do ensino médio denunciar ao diretor da escola que teria sido assediada por um servidor. Ao Metrópoles a jovem, que preferiu não se identificar, disse que Anderson não resolveu o problema e não se posicionou sobre o caso.
Em 10 de dezembro uma aluna realizou uma denúncia junto à coordenação relatando as ações do profissional que estavam a constrangendo. A menina diz que o servidor a olhava “de maneira diferente”.
“Ele me chamou para sair. Ficava falando no meu ouvido, dizendo coisas com duplo sentido, perguntando se eu tinha namorado e outras coisas que me deixavam desconfortável e constrangida”, disse.
O caso está sendo investigado pela (DEAM II)
O outro lado
Em nota, a Secretaria de Educação do DF informou que, o servidor mencionado no caso de assédio foi afastado preventivamente das funções até que as devidas investigações pela Corregedoria da Secretaria de Educação sejam concluídas. O diretor Anderson Souza também divulgou um comunicado em que alega que a instituição leva a sério denúncias sobre assédio e está fazendo uma apuração completa sobre o caso.
Leia nota na íntegra
“Em 10 de dezembro, uma aluna realizou uma denúncia junto à coordenação relatando as ações de um profissional, “vem tendo comportamento estranho comigo e sempre falando coisas em duplo sentido, exemplo, em uma conversa sobre cavalos, ele falou que amava éguas, porque era um “cavalo”. Após deixar o relato da denúncia, a aluna foi embora.
Um grupo de alunos procurou-me para relatar também o ocorrido e ao serem questionados sobre onde estava a aluna, informaram que a mesma voltaria à tarde com a mãe. Questionaram se daria em alguma coisa, no sentido de exoneração ou devolução do profissional. Declarei que não era tão simples assim, que já devolvemos professores nessa situação, mas com mais dados ou ocorrências, mas que encaminharíamos a situação após ouvir a família da aluna e o profissional, conforme registrado no livro de ocorrências da escola.
No mesmo dia, ouvimos o profissional acusado que negou o assédio, mas confirmou o comportamento inadequado. Foi advertido e comprometeu-se a prestar esclarecimentos à família, ciente de que isso não impediria providências serem tomadas como ouvidoria, sindicância, processo administrativo e outros.
Infelizmente a partir de uma informação falsa, a família não veio à escola para formalizar a denúncia com mais detalhes e explicarmos o cronograma dos procedimentos. Quando a mãe falou que iria direto à delegacia, eu lhe disse que enquanto pai eu provavelmente faria o mesmo, mas que não impedia que ela viesse à escola. Mesmo sem a vinda da família, o profissional foi preventivamente afastado do atendimento aos alunos, aguardando apuração dos fatos.
Atualmente, o profissional não está mais lotado na escola, aguardando término da apuração dos fatos.
A fim de esclarecimento, não houve “passar pano” de nossa parte, como temos certeza que também não houve por parte das demais autoridades que acompanham o caso. Levamos a sério denúncias sobre assédio, entendendo a necessidade de apuração completa, participação da família e respeito ao rito legal e aos envolvidos”.
Fonte: Metrópoles