Maraisa fala de alopecia, ou calvice feminina: entenda a condição genética - Notícias de Brasília

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Maraisa fala de alopecia, ou calvice feminina: entenda a condição genética

A cantora Maraisa, da dupla com Maraia, falou sobre a calvice feminina – alopecia androgenética – no programa "É de Casa" na manhã...



A cantora Maraisa, da dupla com Maraia, falou sobre a calvice feminina – alopecia androgenética – no programa "É de Casa" na manhã deste sábado. A sertaneja, na semana, passada, revelou pela primeira vez que sofre com o problema genético nas redes sociais. 



"Eu percebi que era uma coisa muito natural, muito comum, só não é falada. Então, meninas: eu sofro de alopecia, eu sou um pouco carequinha sim. Não tem que ter vergonha, não tem que ter medo, não tem que se diminuir por ter alopecia. Eu tenho, muita gente tem, é uma coisa muito normal, só tem que tratar", disse.

Atualmente, a artista passa por um tratamento conhecido como "mesoterapia", que consiste em retirar plasma outras partes do corpo e injetar no couro cabelo. Ela também usa um shampoo especial indicado por dermatologistas.

Calvície

De maneira geral, “as causas de queda de cabelo são várias, passando por fatores genéticos e inflamatórios, pela reação ao uso de alguns produtos e até por aspectos psicológicos, como o estresse. Um cenário que é complicado: de um lado, a perda capilar pode ser agravada por um ambiente estressor, de outro, a própria queda de fios pode acentuar os níveis de estresse”, pontua a dermatologista Fabiane Mulinari Brenner.

A especialista acrescenta que, entre os dermatologistas, a alopecia areata é a segunda doença que mais leva ao encaminhamento de pacientes para psicólogos ou psiquiatras, afinal, ressalta ela, o cabelo constitui um elemento importante para a autoestima, principalmente para as mulheres. 

“O termo ‘alopecia’ se refere à perda de cabelo, sendo o tipo mais comum a calvície, que aparece geralmente na região frontal, nos homens, e na região central, nas mulheres, ocorrendo com mais frequência a partir da fase adulta”, expõe, informando que esse tipo de manifestação da doença envolve uma perda capilar mais difusa.

“Outro tipo são as alopecias areata e cicatriciais, em que há uma perda mais localizada (como se tufos circulares de cabelo caíssem)”, examina, informando que, no primeiro caso, é possível recuperar os fios, enquanto no segundo o desaparecimento capilar é definitivo. 

Alopecia areata

“Por vezes associada a outras disfunções imunológicas, como dermatites e a tireoidite de Hashimoto, também conhecida como tireoidite crônica, a alopecia areata é uma doença autoimune”, detalha a coordenadora do departamento de cabelos da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

De maneira resumida, o que causa a queda das madeixas ou de pelos é uma inflamação do corpo gerada pelo próprio organismo, que mantém inativos os folículos pilosos. O problema pode, inclusive, provocar a queda de todos os pelos de uma pessoa. Quando a situação é estabilizada, os fios voltam a crescer. 

Alopecias cicatriciais

“Já as cicatriciais exigem mais atenção, pois deixam cicatrizes, e não é possível reverter o quadro. Alguns estudos indicam que o problema está mais associado a cabelos crespos”, pontua Fabiane.

Essa variação mais rara da doença é a foliculite dissecante ou celulite dissecante, mais comum em homens negros entre 18 e 40 anos e que pode manifestar-se de forma isolada ou associada a outras enfermidades, como formas mais graves de acne.

Em síntese, trata-se de uma reação inflamatória, crônica, progressiva e recidivante dos folículos pilosos. Outra variação de alopecias cicatriciais é o Líquen Plano Pilar (LPP).

“É um fenômeno que temos visto com frequência mais alta e que, de acordo com algumas pesquisas, pode estar associado ao uso de filtros solares e ao alisamento capilar com produtos à base de formol”, situa, complementando ainda serem necessários estudos mais conclusivos. 

Tratamentos

Ainda que cada caso demande um tipo de cuidado, de maneira geral todos os tipos de alopecias serão tratados clinicamente em longo prazo com uso de remédios tópicos e orais.

“Em algumas situações especiais, existe a possibilidade de realizar procedimentos de consultório para estimular o crescimento de cabelo. Mas o recurso só será considerado após cerca de seis meses de acompanhamento”, informa a dermatologista.

“Em último caso, pode-se pensar no transplante capilar, mas, diferentemente da calvície, essa técnica não é idealmente recomendada para casos de alopecia areata e para o LPP”, conclui.

Por O TEMPO