Apesar de oficialmente o ministro Moraes , do Supremo Tribunal Federal (STF ), sustentar que tratou com o presidente do Banco Central (BC)...
Apesar de oficialmente o ministro Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sustentar que tratou com o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, apenas sobre os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky, novas notícias veiculadas sobre o tema sugerem que ele teria sim contatado o chefe da autarquia algumas vezes para falar sobre a venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB).
De acordo com informações do jornal O Estado de São Paulo, Moraes chegou a fazer seis ligações telefônicas em um único dia a Galípolo para tratar do andamento da operação, segundo relatos de fontes do meio jurídico e do mercado financeiro. O Banco Master acabou sendo liquidado extrajudicialmente em 18 de novembro, após o Banco Central identificar indícios de fraudes que somariam cerca de R$ 12 bilhões.
A notícia ganha ainda mais relevância em razão da descoberta de que o escritório de advocacia de Viviane Barci, esposa do ministro, mantinha um contrato com o Master que previa o pagamento de R$ 3,6 milhões mensais, totalizando até R$ 129 milhões ao longo de três anos. O acordo incluía atuação junto a vários órgãos, entre eles o próprio Banco Central.
A revelação de que Moraes teria tentado interceder pelo Master foi publicada inicialmente por Malu Gaspar, do jornal O Globo. Oficialmente, tanto o ministro quanto o BC deram versões que contrastam com os bastidores relatados por fontes do Estadão e de Gaspar. Em nota, Moraes afirmou que seus contatos com Galípolo se limitaram a discutir os impactos da Lei Global Magnitsky.
O Banco Central, por sua vez, também confirmou que houve diálogo sobre as sanções, mas evitou afirmar que o tema foi o único tratado.
A revelação sobre os contatos entre Moraes e BC reacendeu questionamentos sobre conflito de interesses do ministro e motivou reações políticas. Parlamentares já discutem a abertura de uma CPI para investigar o contrato firmado pelo escritório de Viviane Barci e a eventual prática de advocacia administrativa.
Por: Pleno.News
