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Entenda como a cetamina, droga usada pelos Cardoso, age no corpo

  Também conhecida como ketamina, special k ou simplesmente key, o anestésico cetamina está no centro dos holofotes após a morte da ex-sinha...

 

Também conhecida como ketamina, special k ou simplesmente key, o anestésico cetamina está no centro dos holofotes após a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, e as revelações sobre uma suposta seita religiosa de sua família que tinha o uso da droga como doutrina. O

Pleno.News explica como o uso abusivo da substância reage no corpo humano e quais são as consequências para a saúde.

A cetamina é um entorpecente originalmente desenvolvido como anestésico e amplamente utilizado em medicina e veterinária, especialmente no caso de animais de grande porte, como cavalos. Contudo, seu uso recreativo tem crescido, especialmente entre jovens, gerando graves problemas de saúde e dependência.

O anestésico atua principalmente como um antagonista do receptor NMDA (N-metil-D-aspartato), que é importante para a comunicação entre os neurônios. Ao bloquear esses receptores, o fármaco altera a percepção sensorial, causando dissociação e alucinações.

EFEITOS
Os efeitos imediatos do uso recreativo de cetamina incluem sensações de estar desconectado do próprio corpo e do ambiente, de euforia, de bem-estar e prazer temporários. Junto desses efeitos também estão a perda de coordenação motora, dificuldade de movimento e equilíbrio, confusão e desorientação.

Além dos efeitos imediatos, o uso de cetamina pode causar outros problemas a curto prazo, como aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, náusea e vômitos devido à irritação gástrica e ação no sistema nervoso central, além de problemas urinários conhecidos como “bexiga de cetamina”. A condição gera incontinência e sangue ao urinar.

A longo prazo, a aplicação frequente da substância pode levar a vários efeitos adversos significativos: como danos cognitivos e de memória, dependência e tolerância (ou seja, necessidade de doses cada vez maiores para obter os mesmos efeitos), convulsões, problemas cardíacos e respiratórios, além de efeitos psicológicos, agravando ou precipitando distúrbios mentais. O uso do anestésico pode chegar a causar a morte.

CASO DJIDJA CARDOSO
Djidja foi encontrada morta na última semana em Manaus (AM), com sinais de overdose. O laudo preliminar aponta que o óbito ocorreu devido a um edema cerebral, ou seja, um acúmulo de líquido na região, o que afetou o coração e a respiração da ex-sinhazinha. Embora o documento não especifique a causa do edema, as autoridades acreditam que ele resultou do uso constante de cetamina. O resultado final da autópsia será divulgada até o fim de junho.

A morte revelou uma trama complexa envolvendo drogas e rituais religiosos em sua família. A suspeita é que o uso do entorpecente teria sido incentivado pela mãe e pelo irmão de Djidja, Cleusimar e Ademar Cardoso, como parte da seita Pai, Mãe, Vida, que consumia a substância para alcançar planos espirituais superiores.

Segundo a polícia, os rituais incluíam violência física, abuso psicológico, estupro de vulneráveis e até mesmo aborto.

As investigações também apontaram que Cleusimar tinha o hábito de gravar seus filhos, Djidja e Ademar, sob efeito de cetamina, ou aplicando a substância em si mesmos por meio de seringas. Em uma das gravações, a matriarca chegou a dizer que a filha estava “ganhando poderes” ao vê-la dopada.

Como parte da Operação Mandrágora, Cleusimar e Ademar Cardoso foram presos preventivamente na última quinta-feira (30), junto de funcionários do salão de beleza da família.

O grupo deve responder por uma longa lista de crimes: tráfico de drogas, associação para o tráfico, por colocar em risco a saúde ou a vida de terceiros, falsificação, corrupção, adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, aborto induzido sem o consentimento da gestante, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal.

Por: Pleno.News