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Republicanos deve assumir pasta da Cidadania, com orçamento de R$ 104,2 bi

Ministério é responsável por gerir o Bolsa Família. Ao menos três deputados do partido são cotados para a vaga Como parte de uma espécie de ...




Ministério é responsável por gerir o Bolsa Família. Ao menos três deputados do partido são cotados para a vaga


Como parte de uma espécie de minirreforma ministerial, o Ministério da Cidadania deve vir a ser ocupado por um político do Republicanos, partido do Centrão que integra a base aliada do governo no Congresso Nacional.

A pasta é responsável por gerir o Bolsa Família, e coordenava o auxílio emergencial – benefício que pode ser retomado nas próximas semanas, idealizado para amparar atingidos pelos efeitos da pandemia do coronavírus. A princípio, o órgão terá um orçamento de R$ 104,2 bilhões em 2021, segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) em análise pelo Legislativo.

O atual ministro, Onyx Lorenzoni, deve ser remanejado para a Secretaria-Geral da Presidência da República, deixando aberta a vaga na Cidadania. A troca está prevista para ocorrer após o feriado de Carnaval.

Entre os cotados para o cargo, estão três deputados federais da sigla: Jhonatan de Jesus (RR), Marcos Pereira (SP) e João Roma (BA). Jhonatan foi líder do partido na Câmara em 2020 e Pereira é o presidente nacional da sigla. O Planalto tem preferência por Roma, já que o parlamentar é ligado ao presidente do DEM, ACM Neto, de quem Bolsonaro se aproximou fortemente durante as negociações para as eleições do novo comando do Congresso.

Procurado, o deputado Jhonatan de Jesus disse que, por enquanto, tudo não passa de especulação. “A escolha vem do presidente da República. Qualquer cidadão no nosso país ficaria feliz em ser ministro, mas, neste momento, tenho outros projetos”, disse ele ao Metrópoles.

Os deputados Marcos Pereira e João Roma não responderam aos pedidos de comentário da reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações.

Outro deputado da legenda, Lafayette de Andrada (MG), também vinha sendo uma aposta, mas esta semana ele passou a ser sondado para lançar candidatura a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a fim de fazer frente à indicação controversa da deputada Bia Kicis (PSL-DF).

Esta semana, o Republicanos iria se reunir para decidir o nome a ser apresentado ao presidente Bolsonaro como indicação do partido, mas a reunião acabou não acontecendo, e deve ser adiada para depois do Carnaval. Deputados e senadores ainda negociam as presidências das comissões permanentes, o que deve impactar a definição de demais indicações.

Veja abaixo os perfis dos cotados:

Câmara dos Deputados

Jhonatan de Jesus é médico e está no terceiro mandato consecutivo na Câmara dos Deputados. Em 2017, foi presidente da Comissão de Minas e Energia (CME). Já em 2019 e 2020, foi o líder do Republicanos na Câmara. No ano passado, Jhonatan foi um dos defensores do pagamento do auxílio emergencial a artistas, atletas e mães solteiras durante a pandemia. Ele também foi o relator da proposta que fixou novas datas para as eleições municipais do ano passado, em razão do surto epidêmico mundial da Covid-19.

Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Marcos Pereira é advogado e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. Antes da carreira política, Marcos Pereira foi diretor administrativo e financeiro e vice-presidente da Rede Record, e diretor do Banco A.J. Renner S/A. Ingressou na política em 2005, quando se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), porém não exerceu função pública. Filiou-se ao Republicanos em 2010, e está na presidência nacional da sigla desde 2011. Na gestão Michel Temer (MDB), foi ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Pediu demissão em janeiro de 2018, após ser mencionado na Operação Lava Jato, como beneficiário de propina da empresa Odebrecht. Eleito para mandato na Câmara dos Deputados em 2018, ele ocupou o cargo de 1º vice-presidente da Casa entre 2019 e 2020.

Deputado federal em primeiro mandato, João Roma é neto do político homônimo – pernambucano conhecido por ter sido deputado federal por três vezes nas décadas de 1950 e 1960, filiado à Aliança Renovadora Nacional (Arena). Foi assessor do governo de Pernambuco entre 1991 e 1994, durante gestão de Joaquim Francisco (PFL). Entre 1995 e 1998, trabalhou no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como assessor do Ministério da Administração e Reforma do Estado. Ainda na administração federal, foi delegado do Ministério da Cultura para o Nordeste entre 1999 e 2002 e chefe do escritório da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em Salvador entre 2002 e 2004. Em maio de 2003, tornou-se presidente nacional do PFL Jovem. Desde o início do primeiro mandato ACM Neto na prefeitura de Salvador, em 2013, foi chefe de gabinete do prefeito, de quem se tornou próximo. Abandonou a função em 2018, para concorrer ao cargo deputado federal.

Republicanos

Criado em 2005 como Partido Municipalista Renovador (PMR). Em 2006, foi renomeado para Partido Republicano Brasileiro (PRB). Em 2019, teve a alteração para Republicanos autorizada pelo TSE, e conta atualmente com 32 deputados federais e dois senadores. José Alencar, vice do ex-presidente Lula (PT), era filiado ao então PRB.

Ligada extraoficialmente à Igreja Universal do Reino de Deus, a legenda possui hoje forte viés conservador.

O partido integra o bloco conhecido como Centrão, composto por siglas de centro e centro-direita. Além do Republicanos, formam o bloco PSL, PL, PP, PSD, PTB, Pros, Podemos, PSC, Avante e Patriota.

Dois dos filhos do presidente são filiados ao Republicanos: o senador Flávio e o vereador Carlos Bolsonaro, ambos do Rio. Rogéria Bolsonaro, mãe dos três primeiros filhos do mandatário do país, também se filiou à sigla no início do ano passado. Candidata a uma vaga na Câmara Municipal do Rio em 2020, ela não se elegeu.

Agora sob o olhar de Bolsonaro, o Republicanos já integrou coligações para as eleições à presidência, na candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) e dos petistas Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.

Orçamento bilionário

Criado no início da gestão Jair Bolsonaro como resultado da fusão dos ministérios do Desenvolvimento Social e do Esporte, o Ministério da Cidadania inicialmente foi comandado por Osmar Terra (MDB-RS), que se licenciou do mandato de deputado federal em janeiro de 2019.

Em fevereiro de 2020, para acomodar o democrata Onyx Lorenzoni, que enfrentava desgastes na Casa Civil, Terra voltou para a Câmara e Onyx passou a comandar a Cidadania.

Segundo a proposta apresentada pelo governo federal no fim do ano passado, o Ministério da Cidadania deve ter um orçamento de R$ 104,2 bilhões em 2021.

O órgão ganhou um reforço em relação a 2020. O valor global do orçamento autorizado para a pasta no ano passado foi de R$ 85,9 bilhões, dos quais foram executados 99,7% do total disponibilizado.

Além desse valor, R$ 298 bilhões foram executados neste ministério para as ações de combate à pandemia da Covid-19 – essencialmente, o auxílio emergencial

Com informações do Metrópoles